O economista Armínio Fraga, ex-presidente do
BC, PhD em Economia pela Universidade de Princeton, ex-gestor da Soros
Found e atual sócio da Gávea Investimentos que tem quase R$ 16 bilhões
sobre gestão (responsabilidade dele, dinheiro de clientes), foi acusado de
dizer que o "O salário mínimo está muito
alto” em entrevista ao jornal Estado de São Paulo (link’s no final da página),
não se preocupe, tentarei fazer um texto curto, pois como nossa produtividade é
muito elevada (vide The Economist), o trabalhador brasileiro não
terá tempo para ler por inteiro.
“ESP: O que fazer com a
política do salário mínimo, que começa a ser revista no início de 2015?”
A. Fraga: “É outro tema que
precisa ser discutido. O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos. É uma
questão de fazer conta. Mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que,
não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar
alguma proporção com a produtividade, sob pena de, em algum momento, engessar o
mercado de trabalho. A política do salário mínimo tem tido
impactos relevantes. É um tema muito complexo e polêmico. Não
tenho uma receita pronta. Estou prestando uma assessoria ao
senador Aécio Neves, mas não estou entrando neste nível de detalhe. Outras
perguntas que chegam com frequência é sobre como fazer a reforma
tributária, o que fazer com as desonerações, o que fazer com os preços
congelados - vão liberar de uma vez, vão fazer gradualmente? São
questões da maior importância. Quem assumir o governo vai ter de pensar
em tudo isso. Mas o tema é polêmico. Eu gosto muito de analisar as
coisas antes de emitir uma opinião. É opinião antiga, de gente que faz conta,
que o vínculo do salário mínimo com a previdência tem um custo. Como
ocorre em todos os outros temas, é preciso pensar em custos e benefícios. Nesse
ponto, entramos no terreno da política, onde não me sinto à vontade para
entrar, especialmente neste momento. É fácil ser mal interpretado.”
Pois é Armínio, além
de ser mal interpretado, você não foi nem interpretado. Não precisar ser um
gênio ou PhD em economia para saber que existe um descompasso entre a política
de remuneração dos salário mínimo e sua produtividade no Brasil, pois o salário meus
amigos é um “preço” é o custo da força de trabalho, que deve ser balizado por
sua produtividade, que cresceu muito pouco. Ficando quase estagnada nos últimos
anos (vide artigos anexos). Então, porque os salários crescem, pela metodologia
que hoje ele possui que não é ruim (na minha visão), mas que gera indexação, o
grande problema é: Se você eleva o preço de um produto e está a cada ano
consumindo menos ou a mesma quantidade dele, você acha que está sendo lesado ou
não?
Pois é, o Fraga disse
apenas que não é possível ser um país com baixa produtividade pagando
remunerações acima dela, não por que ele deseja que o Brasil quebre ou que todo mundo
fique pobre, pelo contrário (ele é empresário hoje), é porque se isso não for ajustado em algum momento a
economia paga pelos seus desequilíbrios e paga caro. Isso quer dizer que vamos
reduzir o salário mínimo, não, mas vamos ter que aumentar a produtividade, e
como fazer isso, na minha visão: “+ Educação, - Impostos, - Burrocracia”. Temos
que transformar o Brasil em um país competitivo, com serviços e indústrias fortes (independente do câmbio), como é o agronegócio nacional.
Ainda para esclarecer, de
que adianta salários maiores com inflação elevada, isso se chama ilusão
monetária meus amigos, as pessoas em geral não fazem a conta do valor do salário real que é W/P =
1/ (1 + µ). Assim, salário em desajustes com a produtividade geram um desequilíbrio
no mercado de trabalho, como o nosso está aquecido, um desequilíbrio maior
ainda, o que gera efeitos sobre a oferta e demanda da economia (vide a “boca de
jacaré” entre oferta e demanda no relatório do JP Morgan), o que por sua vez
produz efeitos inflacionários.
Enfim, não irei mais
estender o assunto, apenas mostrar para os amigos economistas ou não, que o
preço do salário não é uma variável arbitraria, tudo tem um custo e um porque. Claro que gostaria de ganhar mais e ter uma renda no Brasil (US$ 12 mil por
ano) igual a Alemanha (US$ 44 mil por ano), segundo o FMI (2011), adoraria, mas
isso se conquista com mudanças, eficiência e muito trabalho.
Obs: Leiam a entrevista do
Armínio Fraga na íntegra e se acharem alguma incoerência, favor escreva um artigo e mande para o Ministério da Fazenda com Att: Senhor Ministro!
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Link’s:
Thobias Silva,
ResponderExcluirÉ uma atitude admirável, dividir conhecimento e passar informações, para nós alunos que está trilhando a fase de estudos, cheios de sonhos e dispostos a lutar e implementar às Mudanças necessárias nas Organizações e no país como um todo(Espero alcançar o tempo que teremos um Brasil com menor índice de prisão televisiva e maior conhecimento global)