sábado, 11 de maio de 2013

Erros Cognitivos: o Mercado e a Vida


Deveria ter comprado essa ação?! Comprei, mas o mercado caiu, mas porque não limitei minha perda (stop)?! Ou fiz uma venda e o mercado subiu... (Minhas ações da OGXP3... OMG!). Realmente a sensação de ter feito o que era errado quando o assunto é mercado de ações é muito comum... Mas como entender o erro?




De acordo com os operadores de mercado financeiro profissionais, no mínimo, cinqüenta por cento do trade (operações) tem componente mental-emocional. Pesquisas realizadas sobre o mercado financeiro mostram que manter a disciplina mental adequada e o controle emocional são fundamentais para o sucesso.

O excesso de emoções quando se realizar um trade impede o profissional e/ou amador (mais ainda) de pensar claramente e ver nitidamente. A emoção pode paralisar a ação, mantém uma distancia entre o que se deve fazer e que realmente se quer fazer e pode lhe conduzir a fazer coisas que você realmente não faria em condições normais de temperatura e pressão – Atenção ao Efeito Manada!

Pensamentos positivos ou negativos sobre um evento determinam a resposta emocional ao evento. Pensamentos automáticos (calculados) para tudo que acontece nas finanças pode fazer com que se reduza a ação das emoções sobre os atos. Entretanto os pensamentos automáticos são pouco confiáveis ​​e com base em informações erradas ou erros de mensuração. Erros cognitivos são formas de pensamento com base nessas suposições equivocadas.

Realizando algumas pesquisas sobre finanças comportamentais e os avanços em pesquisa econômica e psicologia, encontrei alguns aspectos importantes dos erros cognitivos mais comuns entres os trader’s (operadores de mercado/investidores).

Obs: Lembrando que não sou psicólogo, apenas um economista bem curioso!

Vamos aos erros:

1. Raciocínio emocional. [Quando alguém assume que as emoções negativas refletem necessariamente a maneira como as coisas realmente são. Por exemplo, um trader declarou: "Minhas emoções e minha ganância de ganhar dinheiro ficou no caminho e distorcida pelo juízo"]

2. Pensamento tudo-ou-nada. [Por exemplo, se o desempenho de um trader está aquém do ideal se vê a si mesmo como um fracasso total.]

3. Generalização. [Por exemplo, se um trader (operador) não faz bem um trade (operação), ele acha que não é bom em qualquer outra coisa ou seja, ações, opções, futuros e etc]

4. Conclusões precipitadas. [Por exemplo, quando um trader não tem tempo para sentar-se calmamente com os gráficos/balanços, a fim de sintonizar e fazer uma abordagem mais apurada, sem uma análise de pormenores.]

5. Filtro mental. [Por exemplo, quando o trader escolhe um único mês negativo da negociação e debruça sobre ele exclusivamente para que o seu / sua visão de toda a realidade se torna escura.] – Cuidado com Maio! "Sell in may and go away"

6. Catastróficos. [Quando o trader prevê que ele vai à falência se continuar a negociação.]

7. Rotulagem e tachar. [Por exemplo, quando atribui rótulo negativo, como: "Eu perdi essa operação, devo ser estúpido". ]

8. Desqualificando o positivo. [Quando o comerciante rejeita negociações positivas anteriormente devido a uma linha recente de operações negativas.]

9. Ampliação ou minimização. [Quando se exagera ou minimiza-se em suas escolhas. ]

10. Pensamentos adaptativos. [Quando um profissional se concentra apenas em operações negativas recentes e aquilo determina o novo padrão dos negócios.]




Estudando essas coisas neurais cheguei na “Amígdala cerebelosa”, e descobrir que a mesma desempenha um papel fundamental no processamento das emoções (medo, ganância, prazer, ansiedade, aversão à perda, depressão, etc) a “Amígdala” é um conjunto de amêndoas em forma de neurônios localizados no lobo temporal do cérebro.

Quando essa região funciona de forma anormal (desequilibrada) o resultado são que os seus neuro-transmissores em função de uma perda de dinheiro ou desprazer, processa o seu prejuízo para o córtex. O córtex controla os pensamentos criativos, tira conclusões e faz previsão... Assim podemos entender porque é muito comum quando se toma um fora de uma garota (insucesso), dificilmente se tenta procurar outra garota na mesma festa, ou seja, o insucesso momentâneo lhe impede de continuar tentando.

Como podemos corrigir erros cognitivos? A resposta é: redirecionando a amígdala. O objetivo da terapia do recondicionamento cognitivo é remover preconceitos ou erros em pensar, assim as operações podem funcionar de forma mais eficaz. O objetivo é redirecionar os pensamentos e mitigar emoções que geram inconstâncias de comportamento diante de adversidades.

Traduzindo da forma que entendi, devemos registrar os acontecimentos, falar o que se sentia no momento da operação, o seu grau de conforto ou desconforto. Claro que não temos tempo durante uma operação de fazer tantas anotações, mas uma sugestão seria um questionário objetivo sobre o “sentimento do ato”: a) Sinto-me confortável nesse trade/ b) Parcialmente confortável/ c) Totalmente instável emocionalmente (mas vale o risco) e assim por diante...

O recondicionamento dos pensamentos não é uma tarefa fácil, não apenas nas operações de mercado, mas na vida, mas pode ser alcançado se as práticas forem cumpridas o que requer uma disciplina mental considerável. Assim fazer avaliações dos pensamentos é o primeiro passo.
  
O processo de recondicionamento é importante, pois ele é capaz de identificar e mitigar erros cognitivos. Isto irá levar a um melhor desempenho tanto das atividades do mercado quanto do comportamento do dia-a-dia. Com esta dicas de auto-reprogramação e recondicionamento os estudiosos garantem que o ganho de auto-confiança e a sensação de auto-merecimento se amplia, assim o êxito em suas atividades pode se tornar mais consistente. 

“Nada como uma nova atitude diante de velhos problemas para se construir respostas insofismáveis”


Referências Bibliográficas:

DURAN, Kelly Marion, VENANCIO, Lauro Ramos & RIBEIRO, Lucas dos Santos. Influência das Emoções na Cognição (2004).

CALLEGARO, Marco Montarroyos (2005) A neurobiologia da terapia do esquema e o processamento inconsciente. Rev. bras.ter. cogn. v.1 n.1 Rio de Janeiro.

SHLEIFER, A. (2000). Inefficient Markets: An Introduction to Behavioural Finance. Oxford, U: Press, Oxford.

SMITH, E. D., Son, Y. J., Piattelli-Palmarini, M. and Bahill, A. T. Ameliorating mental mistakes in tradeoff studies, Systems Engineering (2006).  

KAHNEMAN, D. and TVERSKY, A. (1979). Prospect Theory: An Analysis of Decision Under Risk, Econometrica, 47, 263-291.


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