sábado, 2 de março de 2013

Confiança é TUDO

Segundo o dicionário, Confiança é: "Esperança firme em alguém, em alguma coisa: ter confiança no futuro. / Sentimento de segurança, de certeza, tranqüilidade, sossego daquele que confia na probidade de alguém: perder a confiança do chefe. / Segurança: não ter confiança em si. / Crédito: homem de confiança. // Dar confiança, dar importância a alguém, permitir intimidade. // Voto de confiança, no regime parlamentar, aprovação dada à política do governo pela maioria do Parlamento."

Enfim, mas nossa abordagem aqui é econômica e não "psicológica" podem dizer os mais rigorosos... Mas quem disse que economia não é também psicologia. Ela é tão importante que em 2002 o psicologo Daniel Kahneman e o economista Vernon L. Smith foram laureados com o Prêmio Nobel de Economia, por seus estudos em visões integradas da pesquisa de psicológica na ciência econômica, especialmente quanto ao juízo humano e tomada de decisões em condições de incerteza. 

Diante disso, podemos dizer que é a expectativa (algo fundamental) construída por meio da confiança de que amanhã será melhor do que é hoje, que faz você levantar da cama cedo ir para o seu trabalho, ir para faculdade, estudar, estudar e... estudar, terminar a graduação, fazer a pós-graduação, buscar um emprego melhor... Enfim, você está em movimento porque acredita que o futuro será melhor do que o passado/presente. E para o empresário capitalista é a mesma coisa!

Como fazer um investimento se as garantias não são claras? Como colocar dinheiro em algo incerto? Como transformar incerteza em risco probabilístico, afinal é o que tentamos fazer quando realizamos um projeto com as suas mais variadas taxas de retorno. Mas qual é a melhor decisão quando essa incerteza começa a ficar maior? Como confiar em um jogo, onde as regras podem mudar durante a partida? Complica não é!?

Assim, analisando o ICEB - Indicador de Confiança do Empresariado Baiano medido pela SEI percebemos uma clara desaceleração nos últimos meses, saindo de 237, 7 pontos em março/ 2010 para incríveis 36,2 pontos em dezembro/2012, ou seja, quem realmente faz a dinâmica capitalismo "andar" está com medo, assim como em outras regiões do país, como em São Paulo e no Rio de Janeiro. 



Entretanto, as expectativas podem mudar, para melhor ou para pior, como bem abordou John Maynard Keynes, Lord Keynes diferencia grau de certeza e grau de confiança no seu modelo de formação das expectativas. Grau de certeza, está associado à maior ou menor precisão no conhecimento das variáveis relevantes. Grau de confiança está associado à capacidade do agente de antecipar mudanças que afetarão seu negócio. O grau de confiança, então, será, tanto menor quanto maiores forem as mudanças esperadas no ambiente econômico ou quanto menos seguros estamos da forma que estas mudanças poderão tomar (Keynes,1936/1985, p. 110).

Não quero fazer previsões apocalipses ou catastróficas  até porque sou antes de tudo um cidadão brasileiro que deseja o melhor para o seu país, mas no momento pelo pouco que entendendo de economia as coisas estão sendo feitas de forma errada na equipe econômica do governo (pibinho = +0,9% ano 2012) e podemos pagar um elevado preço por esses erros, não agora no curto-prazo, mas no médio-longo podemos ter problemas mais graves.

Ainda lembrando de Keynes e falando sobre a vida, a única certeza que temos é que "no longo-prazo estaremos todos mortos", mas acredito que é muito melhor ir morrendo em boas condições ao invés que pagar o preço do prazer momentâneo à viver longos anos de restrição, simplesmente pensar no "valor do amanhã". Na vida tudo é uma questão de escolha inter-temporal... 



"A confiança perdida é difícil de recuperar. Ela não cresce como as unhas."
Johannes Brahms- Músico Alemão





 

Um comentário:

  1. Estamos a todo momento fazendo essas análises tentando prever o futuro de acordo com nossas expectativas e nossas emoções acabam nos mostrando o que estamos sentindo, por isso precisamos ouvi-las, mas entender seu limite na tomada de decisão.
    Um grande erro das especializações é achar que as áreas estão desassociadas. O ser humano que faz a economia, então para entendê-la é preciso primeiro entendê-lo.

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