sábado, 27 de abril de 2013

Entendendo os fatos e conflitos


Como obter o melhor na relação humana, como ser o mais correto com as pessoas, como agir de uma forma mais educada e polida? Como evitar conflitos e atuar de maneira racional e enquadrada socialmente? A resposta para tudo isso é; impossível ser perfeito, pelo simples fato de sermos HUMANOS. Ser humano é, conviver com um conjunto muito complexo de variáveis da qual não temos muito controle. Mas isso não faz do convivo social uma completa anarquia. Assim, acredito que muitas coisas podem ser solucionadas com uma boa conversa entre as partes e principalmente com muita, mas muita transparência.

Dizer o que se sente o que lhe incomoda ou o que lhe perturbar ou trás dúvida não é vergonha, pelo contrário é honestidade, “pior seria se pior fosse”. Exatamente! “A dúvida é a mãe de todas as coisas” já dizia um grande filosofo iluminista. Não tenha vergonha de se expor, afinal vergonha é mostrar o que não se é de fato; dizer o que se faz sem fazer, dizer que sabe sem saber, ou simplesmente “agir como quem não lê a folha de São Paulo - fazer cara de quem entende tudo”.

Assim digo, A VIDA É MUITO PARA SER MEDÍOCRE. Sei que nessa jornada juntos, teremos muitas dificuldades, momentos de conflito, discórdia, desunião e até quem sabe, acredito eu, muita falta de comunicação (mesmo com o facebook, twitter e e-mail), as pessoas estão conversando muito, mas se entendendo pouco.

Se você errou, peça desculpas, se fez sofrer entenda o sofrimento do outro, se jogou pedra tente arrumar a vidraça alheia, seja altruísta, ou pelo menos tente ser. Difícil não é? Mas vejo na tentativa um ato nobre e corajoso, é valido para todos nós, é importante, independente da sua posição (seja Doutor, Mestre, Graduado ou Graduando).

Não podemos deixar que os sentimentos mesquinhos, obscuros e desagregadores dominem o nosso dia-dia e as nossas relações, não podemos querer impor um estado de união que não existe de fato, mas podemos conquistar e construir uma boa convivência. Para isso cada um deve conhecer os seus limites e principalmente respeitar os limites alheios. E nunca, mas nunca podemos confundir liberdade, com libertinagem, não falo apenas pelos outros, mas falo por mim também, até porque somos humanos, incompletos, inacabados e IMPERFEITOS (lembra? Já disse isso, mas é bom lembrar).

Chegando ao final desse humilde texto, gostaria de deixar um breve conselho a todos: EQUILÍBRIO! Por mais que a vida seja um eterno desequilíbrio instável, é por meio dele que podemos encontrar os melhores estágios das relações, buscando evitar os excessos e descompassos, tentando construir as coisas de forma mais justa, igualitária, sem privilégios para A ou B e sim com respeito por todos, tanto para quem está do lado de cá, como principalmente para quem está do lado de lá.


Professor Thobias Silva

sábado, 20 de abril de 2013

EUA em alerta e o Brasil?


Realmente os Estados Unidos é um grande país, sem dúvida uma nação fundamental para o desenvolvimento da humanidade, das ciências, da cultura, enfim da formação da civilização moderna. Mas volta e meia atentados terroristas como ocorrido na Maratona de Boston, pessoas armadas atirando a esmo nas universidades, carta com veneno letal enviada ao presidente Obama, explosões em uma fábrica no Texas... Enfim, o clima de insegurança e medo sempre acompanha o povo norte americano.



A história nos ajuda a entender um pouco melhor tudo isso, os EUA é uma nação forjada por guerras. Sempre foi um povo bélico e extremamente combativo, envolvidos em conflitos militares e luta pelos direitos humanos e idéias democráticos que os mesmos defendem.

Os grandes conflitos militares do século XX sempre contaram com a participação dos EUA, desde a II Guerra Mundial até a mais recente “guerra contra o terror” que teve como campo de batalha o Iraque e o Afeganistão. Isso para não falar em sua estratégica participação nos conflitos intermináveis entre judeus e palestinos.

Assim podemos trazer uma reflexão para o Brasil que será palco de grandes eventos esportivos nos próximos meses. Sempre fomos considerados um país “ pacífico” na diplomacia internacional, mas isso não deixa o país imune e a pergunta é: Será que temos segurança para garantir a paz dos torcedores na Copa das Confederações, na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos? 

Segundo dados da Agencia Brasil, o plano de segurança da Copa do Mundo de 2014 será dividido em 15 áreas e vai custar cerca de R$ 1,170 bilhão ao governo federal, dos quais 75% será para a compra de equipamentos e o restante para o custeio do sistema. Na copa da África do Sul em 2010 foram gastos R$ 800 milhões de reais com segurança. Em Londres 2012 foram gastos aproximadamente R$ 862 milhões de reis (cotação da libra esterlina 19/04) e no Rio a previsão é de R$ 1,38 bilhão de reais.

Realmente os valores investidos são significativos, lembrando que a maioria deles é oriundo de recursos públicos (o meu, o seu, o nosso dinheiro). Sendo assim, o controle e a boa gestão devem ser as premissas básicas para esse dinheiro e que suas ações possam deixar um legado ao povo brasileiro (mas tenho minhas dúvidas).    

Para finalizar nossa reflexão de hoje não podemos deixar de atestar a eficiência da inteligência e das autoridades de defesa norte americanas. Poucas horas depois dos atentados, suspeitos são encontrados, presos e mortos, o próprio presidente Obama foi taxativo “os culpados serão punidos” e foram. Isso mostra como os americanos são intolerantes contra atentados ao seu povo, gostem ou não os críticos, a melhor forma de ação diante de um problema é agir com tempestividade e extirpá-lo.  

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herbertlins.blogspot.com 
Obs: Para complementar a nossa reflexão sobre gestão pública e segurança, em matéria do jornal O Globo sobre gastos com segurança pública no Brasil intitulada "O Brasil gasta mais com segurança que países desenvolvidos" o secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o sociólogo Renato Lima afirma: "O Brasil gasta muito, mas gasta muito mal. Não conseguimos reduzir as taxas de violência e nem garantir direitos. O Estado brasileiro não está dando conta do recado”.

Dados da mesma matéria apontados pelo fórum mostram que estados e governo federal gastaram 1,36% do PIB (Produto Interno Bruto) com segurança em 2009 e o país registrou uma taxa de 21,9% assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Na Alemanha e Espanha os gastos foram, respectivamente, 1,2% e 1,3% do PIB com segurança em 2009 e apresentaram taxas de, respectivamente, 0,8% e 0,7% por grupo de 100 mil habitantes. E nos EUA o gasto é de 2,3% do PIB e a taxa de assassinatos é de 5,3%







sábado, 13 de abril de 2013

Thatcher, Tomate & Tombini


Essa semana uma das personalidades mais importantes do século XX faleceu na Inglaterra, Margaret Thatcher. Ela foi primeira ministra do Reino Único (primeira mulher a assumir o cargo), mas foi muito pouco delicada em suas convicções. Mag como era chamada foi implacável contra sindicatos, o estado grande, a ineficiência e o socialismo. Contra os argentinos em defesa das ilhas Falkland (Malvinas para os hermanos) foi simplesmente arrasadora. Suas idéias e ações consolidaram o neoliberalismo que geraram efeitos de prosperidade e crescimento para Inglaterra e seus parceiros, principalmente os EUA, o “Tatcherismo” foi vitorioso.




Agora vamos sair um pouco da Europa e aportar na “incompetente America católica”, especificamente no Brasil, onde o principal assunto do momento é o.... Preço do tomate! De Thatcher para o Tomate! Pois é meus caros amigos o preço do tradicional componente da típica salada brasileira sofreu uma abrupta variação nos últimos 12 meses de 122% (segundo IBGE), algo realmente espantoso. O tomate ficou tão cobiçado que até uma apresentadora de um programa matinal da Rede Globo usou um “colar de tomate”. Tomates me mordam!

Complementando a história do aumento de preços, o IPCA que serve de base para o controle de metas de inflação do Banco Central, entretanto o mesmo estourou o teto da meta na última previa, chegamos aos 6,59% (excesso de +0,09%) no acumulado dos últimos 12 meses. O governo aponta muitas justificativas para esse “estouro”, choque externo, sazonalidade, efeito elevação da taxa de câmbio, problemas com a seca e as despesas de inicio de ano... blá, blá... blá.

Como a leniência desse governo com a inflação é muito grande (os velhos desenvolvimentistas) o que se apresenta nesses tempos modernos é que o atual Ministro da Fazenda é mais ouvido que o presidente do BACEN quando o assunto é inflação, o Tombini é uma espécie de “apito mudo” e muito do problema está ai. 

Um banqueiro central deve possuir uma postura independente e austera, não deve se inclinar por interferências políticas ou partidárias, deve fazer o seu trabalho, ser o guardião da moeda. Ele é um formador de expectativas, para o bem e para o mal. Pensar que um país pode conviver com um novo patamar inflacionário e jogar a sua credibilidade fora por um claro e notório arroubo populista pode custar muito caro para um país como o Brasil.

Agora que chegamos do Tomate para o Tombini vamos retornar para Thatcher... A vida da primeira ministra foi tema de filme em 2011, em uma das cenas iniciais do belíssimo filme “A Dama de Ferro” magnificamente interpretado por Meryl Streep, a velha Mag chega a um mercadinho e fica assustada com o preço do leite e comenta com o seu marido imaginário Denis Thatcher “o preço do leite está subindo muito isso é um absurdo”.

Assim como a velha Mag muitas pessoas estão assustadas com o preço dos alimentos (tomates e outros bens), mas como a nossa presidente não se preocupa muito com isso acho que não seremos capazes de observar tamanha tenacidade como a da Dama de Ferro em defender suas posições em prol do seu país e em nome um futuro melhor com ganhos reais, eficiência, produtividade, liberdade empresarial e soberania para escolher o melhor remédio, mesmo que no curto prazo seja amargo.





No no no Euro! 
Disse Thatcher no último parágrafo do seu discurso em defesa da Libra Esterlina (moeda inglesa) para não aderir à moeda única européia (o atual Euro).

“Não. Não. Não.
Talvez o Partido Trabalhista (PT Inglês) diga todas essas coisas facilmente. Talvez fosse concordar com uma moeda única e abolição da libra esterlina. Talvez ele (o PT), sendo totalmente incompetente em questões monetárias, teria todo o prazer de entregar a responsabilidade total para do banco central ao FMI. O fato é que o Partido Trabalhista não tem competência em gestão de dinheiro e nenhuma competência sobre a economia. Sim, querida direita. Gentleman (líder do PT na câmara dos comuns) ficaria feliz em entregá-lo todo. Qual é o ponto de tentar se eleger ao Parlamento só para entregar a esterlina e os poderes desta Casa para a Europa? Gentleman vai entender que em breve melhor o que estou falando”
– E veio a crise do Euro e a Inglaterra manteve a Libra! Uffa!

sábado, 6 de abril de 2013

O novo Barão de Mauá


Imagine ir dormir e acordar descobrindo que você perdeu R$ 470 milhões de reais do seu patrimônio (valor dos ativos).  Agora vamos relembrar que em março de 2012, praticamente um ano atrás você figurava na lista dos 10 homens mais ricos do mundo, com um patrimônio de US$ 30 bilhões de dólares (R$ 60 bilhões de reais), uma boa grana! Mas vamos entender melhor essa história...

Acreditar no Brasil, confiar em suas possibilidades, apostar em negócios que estão diretamente ligados ao crescimento nacional e internacional de países emergentes é uma grande oportunidade nos dias de hoje e no início dos anos 2000 era melhor ainda. O empresário brasileiro Eike Batista decidiu surfar nessa onda, mas parece não ter tido a eficiência e o real compromisso com seus investidores.

Eike é um empresário hábil, isso não se pode negar, aos 23 anos (em 1980) já tinha feito seus primeiros milhões, na verdade (US$ 6 milhões de dólares) explorando minas de ouro na Amazônia e daí então não parou mais, percebeu a importância das commodities no jogo da riqueza internacional.

Anos mais tarde, se aproveitando do bom momento da economia nacional e principalmente da imagem do Brasil no exterior (era Lula), Eike montou uma estratégia ambiciosa; criar um grupo de empresas que se interliguem e sustentem suas atividades, criando um “mega-complexo” fundamentado em commodities e infra-estrutura. Surgiram então à petrolífera (OGX) a mineradora (MMX) e também empresas no setor de energia (MPX), logística (LLX), carvão (CCX) e um estaleiro de navios (OSX), isso para não falar dos outros negócios como hotéis, entretenimentos e etc.   

Entretanto muito pouco dessas empresas opera de fato, a maioria está em fase pré-operacional, ou seja, não estão gerando caixa, apenas usando os recursos captados por terceiros (bancos e investidores) e ainda realizando investimentos.  E como ele chegou ao topo? Como se tornou o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo? A resposta é simples: A BOLSA DE VALORES! Por meio de abertura de capital de suas empresas e uma reputação construída internacionalmente, Eike captou muito dinheiro e multiplicou e muito o valor de mercado de suas empresas.

Atualmente com a crise dos mercados internacionais e a elevada volatilidade do preço de boa parte das commodities desde 2008, a deterioração da imagem do Brasil (era Dilma) em função de riscos inflacionários e elevada intervenção estatal e a não entrega dos resultados prometidos pelo grupo X, tem levado a uma queda abrupta do valor das ações do empresário e conseqüentemente a redução de sua riqueza (ativos mobiliários). 

Sua visão de “integrar projetos” e ser “auto-suficiente” está de acordo com o mercado, destruindo seu mega-projeto, pois quando um negócio acaba não indo bem a cadeia inteira acaba sendo contaminada e isso é justamente o que está ocorrendo com o grupo EBX, estamos vendo o efeito multiplicador em direção negativa. Ou seja, o efeito “sistêmico integrado” sobre o grupo tem sido bastante punitivo.

Atualmente a fortuna do empresário está avaliada em R$ 11,4 bilhões de reais, uma queda de -81% em relação a março/2012. Para se ter uma noção da situação, as ações da OGX chegaram a custar na BM&FBovespa em 10/2010 R$ 23,00 e ontem (05/04/2013) fechou no valor de R$ 1,71, uma queda de -92,57%.

Vejo tudo isso como um “sinal” dos novos tempos da economia nacional, claro que o Eike pode ser apenas uma figura representativa, assim como foi Irineu Evangelista, o Barão de Mauá na época do império (ele era amigo do imperador, depois se tornou inimigo), mas acredito que estamos chegando ao final de um ciclo de encantamento do olhar dos investidores estrangeiros com o Brasil, não creio que teremos uma crise grave no curto-médio prazo, mas acho que o Brasil (principalmente o governo) tem que mudar de postura e tomar um “choque” de capitalismo (liberalismo econômico) já! 


“...Para garantir-se, fez também outra exigência: em caso de vitória, as dívidas seriam reconhecidas pelo Tesouro do país, e teriam  como garantia as rendas da Alfândega...”

Trecho Livro: MAUA, EMPRESARIO DO IMPERIO - Jorge Caldeira - Companhia das Letras - ISBN:9788571644366 - Literatura e Ficção - Biografias e Memórias.