sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Governo é um bom Gestor?


 
Sou acionista de uma empresa pública e agora? Muito se tem discutido no Brasil sobre a eficiência das empresas públicas de capital aberto (sociedade anônima). Afinal os recentes cortes de taxa de juros e tarifas realizadas por bancos públicos e a situação “embaraçosa” enfrentada pela Petrobrás tem colocado em dúvida a atuação do governo com relação às empresas públicas no país.

Assim como no Brasil, existem empresas de controle estatal em países de gestão econômica liberal, por exemplo, nos Estados Unidos em um modelo que conhecemos como “economia mista” e lá é chamado de “mix”, setores como correios e postagem, ferrovias, loterias, universidades e rádio/Tv’s contam com empresas estatais.

Pensando nessa questão e no aspecto de retorno aos seus acionistas na forma de valorização de suas as ações em bolsa de valores resolvi fazer uma simples pequisa para tentar responder: Como está o desempenho das ações de empresas geridas pelo poder público nos últimos 10 anos, nos setores de Energia, Óleo & Gás e Telefonia? 

Observando países como: Estados Unidos, França e Japão (grupo de países ricos) e do outro lado os emergentes: Brasil, Colômbia e Índia.  

Analisando as empresas e os dados:


País/Setor
Telefonia
Petroleo & Gás
Energia
EUA
Setor Privado
Setor Privado
Tennessee Valley Authority
França
France Telecon
Setor Privado
Electricité de France
Japão
Nippon T. and T. Corporation
Setor Privado
Setor Privado




País/Setor
Telefonia
Petroleo & Gás
Energia
Brasil
Telebrás
Petrobrás
Eletrobrás
Colômbia
Empresas Públicas de Medellín
Ecopetrol
ISA Emgesa
índia
Bharat Sanchar Nigam Limited
Oil and Natural Gas Corp Limited
Setor Público


Retorno das ações (2003-2013):

Empresa
Variação (10 anos)
Bolsa
TVA
3,43%
NYSE
FT
-59,62%
Euronext
EDF
-52,84%
Euronext
NTTC
5,71%
TOPIX
TELB
-96,77%
BM&F-Bovespa
PETRO
197,74%
BM&F-Bovespa
ELETRO
-53,94%
BM&F-Bovespa
EPM
-
Não Negociada
ECOPETROL
142,63%
NYSE
ISA E
-
Não Negociada
BSNL
814,27%
NSEI
ONGC
447,31%
NSEI


   Obs: Em 10 anos
VALE5
367,12%
BM&F-Bovespa
Privatizada 1993
CSNA3
1329,41%
BM&F-Bovespa
Privatizada 1997

Fonte FT – Markets Data


Analisando os números podemos dizer que o retorno aos acionistas das empresas públicas dos países emergentes apresentaram em média um retorno maior que os dos países desenvolvidos, o que pode em parte ser explicado pela transferência de poupança externa desses países via conta financeira (rubrica do balanço de pagamentos onde entram investimentos em bolsa de valores). Entretanto, podemos também avaliar que o retorno das empresas privatizadas no Brasil, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Vale do Rio Doce (VALE) tiveram maiores retornos do que as mantiveram a gestão pública. 

Como a atual gestão do governo brasileiro parece ser cada vez mais intervencionista, o meu conselho aos atuais acionista de empresas estatais é que tenham cuidado, pois as coisas podem começa a ficar VERMELHAS! 


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Microeconomia Básica: Uma abordagem aplicada!

Pessoal a postagem dessa semana é um Merchandising do meu livro que acaba de ser publicado e tem como foco a aplicação da Microeconomia em cursos de graduação. Assim estarei reproduzindo a apresentação do livro bem como o seu link para compra. Ajude a Teoria Econômica compre o livro! 

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APRESENTAÇÃO


"Esse é um livro simples, feito com minhas notas de aula e desenvolvidos para os estudantes dos cursos de ciências sociais aplicadas e ciências humanas, bem como para profissionais liberais, concurseiros e curiosos. O objetivo dessa obra é introduzir o estudante no mundo da Microeconomia, umas das áreas mais importantes das Ciências Econômicas.

Para isso construímos um livro leve, com exemplos, questões e linguagem fácil. E com algumas novidades das edições de livros de Micro existentes no país.

Incluímos nessa obra, além dos assuntos tradicionais da Micro como; Oferta, Demanda, Elasticidades, Imposto, Função de Produção, Custos e Estruturas de Mercado, introduzimos os conceitos básicos de Teoria dos Jogos e Gestão de Ativos. Sendo esses dois últimos assuntos comumente vistos nos cursos de graduação de Economia e distante da realidade dos estudantes de Contábeis ou Administração.

Outro fator que pode chamar atenção nessa obra é o seu caráter aplicado, sua abordagem visa o “resolver problemas” a aplicação da teoria e como ela pode ser usada no dia-a-dia do aluno, foi também um direcionador para a construção desse trabalho.

Agora convido a você leitor para fazer usufruto dessa obra e enviar suas critica, sugestões, elogios e apontamentos para o meu e-mail: thobias.silva@valianza.com.br

                                                                                  O Autor"

sábado, 9 de fevereiro de 2013

VIVA O CARNAVAL!  



Queria desejar um feliz carnaval a todos e dizer que sua festa não será sozinha! Pois quem mais estará presente ao seu lado nos dias que transcorrem a folia é o GOVERNO, com sua famigerada carga tributária.

Vamos agora imaginar um folião representativo, racional e maximizador que ficará em Salvador-BA e deve sair todos os seis dias da festa e em tese beberá todos os dias. Em função da comodidade e da capacidade de ficar mais gelada e por atribuições de gosto na função demanda do nosso folião o mesmo optará por comprar sempre a lata de 269 mililitros, a famosa “piriquete”.

Avaliando dados de consumo per capita de cerveja por ano no Brasil é de 62 litros, o que daria 5,17 litros por mês ou em uma simples divisão linear 0,17 litros por dia. Considerando uma amostra feita com um grupo de amigos que está no carnaval da capital baiana, cada um toma em média 10 latinhas de “piriquetes” por dia o que daria 2.690 ml, ou seja, 2,69 litros por dia, respeitando a sua capacidade etílica e restrição orçamentária. Parece pouco, mas lembre que estou falando de MÉDIA!

Considerando que o valor das 10 latinhas é aproximadamente (R$ 1,67, pois são 3 unidades por R$ 5,00), ou seja um custo total de R$ 16,70 ou aproximadamente R$ 17,00, para arredondar as contas, depois de tantas latinhas fica mais fácil.

Assim, desses R$ 17,00, R$ 9,45 é IMPOSTO. A carga tributária toma metade da sua cerveja no carnaval, uma abocanhada de 55,60%. Estamos falando de uma redução de aproximadamente 1,5 litros por dia e no total o governo fica com 09 latinhas do seu carnaval...

Acho que o governo pode ficar realmente muito “embriagado” com esse excesso, afinal como bem estudamos na teoria econômica à medida que a carga tributária se eleva o famoso Peso Morto do tributo fica maior, ele é simplesmente uma perda para todos, ou seja, uma perda de eficiência gerada pelo tributo que provoca uma redução das transações na economia.


“A gente vai levando, a gente vai levando essa guia”


sábado, 2 de fevereiro de 2013

"Inflação aleija, câmbio mata"


Como dizia o ex-ministro Mario Henrique Simonsen "Inflação aleija, mas câmbio mata". Infelizmente no atual cenário conjuntural da economia nacional a inflação da sinais que não ficará dentro da meta de 4,5% a.a do IPCA e a taxa de câmbio essa sim não sabemos mesmo para onde vai, dado alguns "confusos" sinais do governo nessa semana.

O governo argumenta que vivemos um regime flutuante, mas desde meados do ano passado por pressão de  alguns setores da economia (leia-se indústria nacional)  o Real se desvalorizou mais de 30% no ano de 2012 em função de medidas tarifarias e leilões promovidos pelo Banco Central, para completar a inflação fechou o ano em 5,84%.

Agora vamos fazer uma pequena reflexão sobre o que pode acontecer:

1- A inflação da sinais de descontrole, pois os preços internacionais e o aumento recente dos combustíveis deve continuar a pressionar os preços, entretanto a redução do custo da energia pode compensar tais efeitos, assim espero!

2- Com a taxa de desemprego no seu menor patamar 4,6%, o setor de serviços deve sofrer nova pressão e continuar empurrando os preços "to up!"

3- O real desvalorizado, como deseja o governo, eu acho, não sei... acredito que sim, até o momento.../ O real desvalorizado é ruim para controlar a inflação, pois torna os produtos importados mais caros em relação aos internos (não vamos entrar do debate da questão comercial, competitiva ou de balanço de pagamentos).

4- A taxa de juros básica (SELIC) está no seu piso histórico 7,25% a.a. o que promove certo risco inflacionário.

5- Nossa taxa de investimento não passa de 20% do PIB. Desestimulando e muito, na minha visão e do amigo e economista Denis Paiva, a variação de crescimento do produto.

6- A taxa de crescimento do PIB em 2012 não deve ser maior que 1% (estimativas)

EM RESUMO: Vamos torcer para que o governo consiga se encontrar em suas decisões de politica monetária, fiscal e principalmente cambial. Mas confesso que estou bastante cético no controle da inflação para esse ano de 2013, entretanto podemos ao final do ano comemorar uma variação do PIB maior, mas uma redução em seu efeito real, para efeito de comparação é a mesma sensação de colocarem "água no seu chopp".