Um dia histórico para o mundo. Dia 15 de setembro de 2008 foi inesquecível, ao longo daquele ano desde maio quando a bolsa brasileira chegava aos seus impressionantes 73.516 pontos e recebia o "grau de investimento" das principais agencias internacionais de classificação de risco o mesmo índice chegou aos também impressionantes 29.430 pontos em outubro do mesmo ano, em função dos acontecimentos de setembro. Mas o que de tão importante aconteceu em setembro daquele ano para o principal índice da bolsa variar -60%?
A quebra do Lehman Brothers o quarto maior banco do investimentos dos EUA, uma instituição fundada em 1850 e com um grande legado para o capitalismo norte americano e mundial. Mas o que deu errado? Não entrarei em detalhes do processo das hipotecas de risco conhecidas como "subprime". Os empréstimos de risco eram grande parte da carteira do banco, que apresentava uma elevada alavancagem em proporção de 33:1 (33 de recursos de terceiros para 1 de recursos próprios), no Brasil esses números estabelecidos pelo Basileia II e pelo Bacen giram em torno de 13:1.
Somando-se a elevada exposição do Lehman com a total instabilidade vivida nos mercados naquele ano em função dos calotes do setor imobiliário norte americano que tinha como principais colaterias os derivativos de hipotecas de alto risco, gerou um efeito devastador! Muitas instituições passaram por grandes dificuldades ao longo do ano, mas no caso especifico do banco de investimentos centenário a grande questão era eles são "to big to fail", traduzindo "grandes de mais para quebrar", essa foi a leitura dos formadores de politica econômica dos EUA naquele momento e o seu então secretário do tesouro Hank Paulson que ideologicamente não interferiu no processo de ajuda ao banco e o mesmo foi a falência.
Entretanto, falência por falência muitos quebraram e continuaram a quebrar, mas o problema foi o tamanha do problema e que consequentemente levaria o estado norte americano a ter mais problemas e viver uma situação de "refém" junto as instituições financeiras e outras, mas o que agravou a situação foi o efeito desencadeados nos mercado, o problema daquele dia em diante foi um quase "colapso" do sistema financeiro e um travamento das operações bancarias no resto do mundo. O restante da história é o que está ai... problemas fiscais, recessão econômica e outros...
O mundo economicamente não melhorou muito desde aquele 15 de setembro, os emergentes que foram mais resistentes agora apresentam sinais de desaceleração e os países desenvolvidos caminham com grandes dificuldades, mas apresentam melhoras marginais e pontuais. Entretanto toda a tragedia sempre deixa um legado, no caso do Lehman a certeza que tudo ou nenhum grupo por mais forte que seja está livre de um desaparecimento abrupto "Eike que diga X"!