Sem
dúvida o maior acontecimento da semana no Brasil é a visita do Papa, seja você católico
ou não o líder da igreja católica carrega muito simbolismo e poder, ainda
que em declínio, pois seu raio de ação junto às nações do mundo vem diminuindo
ano após ano, mas não se pode negar a relevância do Papa e acredito que a
sinalização da sua atual forma de poder começa a ganhar uma nova face nos
dias atuais.
A
gestão do Papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio) tem tudo para se tornar uma das mais bem
sucedidas da história moderna da igreja romana. Francisco é “Pop” e simples,
tem um perfil diferente do seu antecessor e se encaixa perfeitamente no atual
momento político e econômico vivido pela Europa e pela igreja. Não podemos
negar a riqueza material da igreja católica, para se ter uma ideia o banco do
Vaticano, que recentemente foi acusado de denuncias e escândalos. O banco possui atualmente cerca de € 6 bilhões de euros em ativos totais o que
daria pouco mais de R$ 18 bilhões de reais. Além de outras operações imobiliárias
no continente europeu e impostos arrecadados ao redor do mundo, no Brasil temos
o exemplo do laudêmio e outros.
Assim,
além da força econômica da igreja, temos a força política. Nações inteiras de
designação católica reúnem ao redor do mundo segundo dados do instituto Pew (2010) mais de 1 bilhão de pessoas, só no Brasil pesquisas apontam que mais de 126 milhões de pessoas se declaram da
religião católica, o que representa 64,6% da população total. Logo é simples de
imaginar a força e a representatividade dessa instituição “presidida” por
Francisco e sua importância no cenário político nacional.
E quais
são os pontos críticos a serem enfrentados pelo novo CEO (chief executive officer) da igreja de Roma,
podemos numerar os seguintes e ainda dizer que o mesmo terá um grande desafio no Brasil onde ocorreu uma queda da adesão religião católica (queda de mais de -27% no número de fiéis desde
1970), vejamos os pontos:
1-
Escândalos
sexuais da igreja
2-
Escândalos
financeiros do banco do Vaticano
3-
Métodos
contraceptivos (camisinha, pílula e outros)
4-
Casamento homossexual
5-
Debate sobre
o estado laico
6-
Perda de
fieis
7-
Miséria e
fome no mundo (crise financeira)
8-
Outros temas complexos ...
Essas
são apenas algumas das questões mais centrais que sem dúvida estão na pauta do “santo
padre”. Entretanto o ritmo e a disposição da igreja no debate desses temas
ainda é bastante lento/gradual e a cada dia fica mais evidente que esse
debate terá que vir a tona para a sociedade, mas será que o Francisco teria
força para colocar isso na mesa e tomar uma decisão ou simplesmente mudar as
antigas posturas da igreja,?Acho que em partes!
O
fato do novo Papa adotar uma postura mais próxima dos fiéis e se mostrar mais
preocupado com os problemas sociais, fazendo disso a sua bandeira o deixa mais
forte no debate político. Além da sua estreita relação com os países emergentes e grupos excluídos, o que pode começar a abrir um novo ciclo na visão da igreja ou
quem sabe uma nova forma de aceitar, mas sem homologar as suas reais posturas
em um futuro próximo... Mas isso não saberemos se de fato ocorrerá!
Contudo
não posso negar que a atual “estratégia” do Papa e da igreja em seu novo
discurso é muito simpática e tem atraído o respeito e aceitação de muitos “ex-católicos”,
espíritas, agnósticos, protestantes e outros que identificam no novo pontífice uma
maior humanidade/simplicidade que agrada e melhora a imagem da igreja católica,
mesmo com todos os seus problemas. Assim é possível enxergar uma luz no fundo de tanta
hipocrisia.
Salve
Francisco!
“Todo mundo tá revendo o que nunca foi visto
Todo mundo tá comprando os mais vendidos
É qualquer nota, qualquer notícia
Páginas em branco, fotos coloridas
Qualquer nova, qualquer notícia
Qualquer coisa que se mova é um alvo
E ninguém tá salvo...”
Todo mundo tá comprando os mais vendidos
É qualquer nota, qualquer notícia
Páginas em branco, fotos coloridas
Qualquer nova, qualquer notícia
Qualquer coisa que se mova é um alvo
E ninguém tá salvo...”