Realmente não podemos negar a força
das ruas e sua capacidade de gerar mudanças, afinal “nunca antes na história
desse país” tantas mudanças propostas pelo poder legislativo e poder executivo
tiveram uma tentativa de execução tão IMEDIÁTICA
(Neologismo meu, em uma palavra que combina: imediatismo com exposição na mídia),
assim o país passa um momento de mudanças que para o bem e para o mal vão
produzir um efeito prático e direto na vida da sociedade.
Entretanto, contudo, todavia, não
podemos pensar que todos os problemas do Brasil serão resolvidos de imediato,
não vão. Além das mudanças propostas e desejadas o comportamento da gestão
pública no país deve sofrer modificações, pois não será possível dentro do
mesmo sistema adequar mudanças legais e políticas profundas mantendo-se o mesmo
modus operandi da gestão pública
ineficiente e corrupta.
Quando falo em gestão pública
eficiente estou falando de um bom e velho receituário liberal e enxuto. Então o
leitor pode se perguntar, mas os objetivos dos movimentos não são o passe livre, a geração de bem estar social, ampliação dos direito públicos... e blábláblá...
Ok?! Mas quem vai pagar a conta de tudo isso? É correto tornar a sociedade dependente
de mais estado e ampliar os gastos públicos fazendo uma espécie de crowding out em setores chaves da
sociedade? Mas a nossa constituição permite isso, ela possibilita a ampliação
desses benefícios com o ônus do estado...
Agora a pergunta é? Você é contra saúde pública? Contra
escola pública? Contra o público em detrimento do privado? A resposta é simplesmente
econômica: Sou a favor da eficiência da gestão pública, um modelo de sociedade
que centraliza e carrega todos os custos sociais e ampliados de uma sociedade “gigante”
como a brasileira gerará em um futuro próximos graves distorções, o pedido não é
assumir tudo e pronto, problemas resolvidos, mas sim deixar o estado o que lhe
compete, com menos cargos comissionados, menos ministérios, menos regulação em
setores importantes, mais privatizações (ops! Desculpe, a palavra agora é
desestatização), menos burocracia e principalmente mais capitalismo e concorrência.
Seria muita ingenuidade achar que a mão pesada e forte
do estado irá produzir apenas efeitos positivos sobre a nossa economia e o
nosso dia-a-dia, isso não é verdade e os dados e a história provam isso, ou você
prefere morar na Suíça ou na Coréia do Norte, ou em Cuba?...
Para finalizar, percebo que o Brasil passa por momento
de “inflexão” econômica e política, as coisas irão mudar nos dois lados. Na
economia a desaceleração real do nosso produto, a inflação, a elevação da taxa
SELIC (tardiamente), a desordem do governo com relação a taxa de câmbio e a
elevada desconfiança do investidor nacional e internacional em relação ao país irão
produzir na minha opinião ajustes importantes nos indicadores da economia
nacional. -Por favor senhores passageiros apertem os cintos, passaremos por uma turbulência mediana (elevação do desemprego e elevação dos calores bancários em termos marginais). E
sobre as mudanças políticas?! Essas eu não vou fazer nenhum exercício de
futurologia, prefiro aguardar...
E para finalizar o texto dessa semana vou me remeter aos versos de um
poeta que admiro muito e coincidente mente nesse momento estou na sua terra mátria,
assim:
“Sei que nada será como antes, amanhã, Que notícias me
dão dos amigos? Que notícias me dão de você? Sei que nada
será como está, amanhã ou depois de
amanhã” – por Milton Nascimento.