Essa semana a economia brasileira
ganhou um presente de natal antecipado! O tão famoso tapering, a redução dos estímulos a economia dos EUA realizado pelo
FED (banco central norte-americano) vai ficar para 2014 e ainda mais, será feito
de maneira gradual e suave.Assim o presidente do FED Ben Bernanke animou os
mercados financeiros, dissipou grande parte das incertezas e de rebate pode ter
dissipado a tão falada “tempestade perfeita” e nesse quesito especificamente o Ben
fez um “bem danado” para a gestão econômica do atual governo.
Na minha visão o mercado ganhou
um pouco mais de previsibilidade diante da incerteza monumental que pairava nos
mercados ao até quarta-feira dia 18/12, pois os modelos estavam calibrados para
uma maior desvalorização cambial, diminuição da liquidez internacional de forma
mais acentuada e uma reversão do fluxo de capitais que poderia fazer a equipe econômica
adotar medidas mais duras para “estancar os problemas”
Mas, as coisas mudaram, e mudaram
para melhor, pelo menos em 2014 (acredito eu). Assim, o ano de copa do mundo e
eleições pode ser um ano mais verde e amarelo e menos cinza como estávamos
pensando, entretanto não podemos descuidar dos perigos conjunturais: situação
fiscal de deteriorando, taxa de investimento baixa, inflação acima da meta,
conta corrente em déficit crescente, taxa de câmbio desconfortavelmente
desajustada, elevada intervenção estatal na economia, bolha imobiliária
(dizem...), riscos regulatórios e outros (risco político, quem sabe)! Isso para
não falar das graves questões estruturais que não serão resolvidas no curto
prazo.
E no longo prazo, no longo prazo
isso realmente ninguém sabe, apenas fazemos suposições e votos! Assim, acredito
e espero que 2014 seja muito melhor que 2013 e que possamos fazer um ano menos
ufanista no futebol e mais propositivo na política, afinal os títulos mundiais
da seleção brasileira não vão ampliar os leitos dos hospitais, nem melhorar o
sistema educacional e muito menos diminuir a corrupção nessa terra!
Frase de reflexão (economia e afins): as vezes a sorte acompanha quem acaba fazendo tudo errado, por um instante resolve, mas o problema sempre chega...
Feriadão é sinônimo de praia,
churrasco, família, amigos, cervejinha e agora... CADEIA! Isso mesmo CADEIA!
Ontem eu e minha geração tivemos o orgulho de presenciar a prisão de políticos e
outros condenados pelo maior esquema de corrupção desse país. Não quero aqui
julgar partidos, afinal respeito à história do PT (mesmo não concordando com
suas práticas) no sentido da importância que o mesmo tem para o sistema democrático
e o estado de direito, mas condeno veementemente a atitude incorreta de alguns
dos seus principais líderes que foram condenados e presos.
Ministro Joaquim Barbosa o algoz dos mensaleiros
O mais impressionante nessa
história toda é que pessoas que até então tinha biografias intocáveis e marcadas
pela luta contra o regime militar e pelos ditos ideais democráticas (eles
dizem, mas não acredito muito), agora tem que conviver com a mácula da prisão
no regime democrático. Literalmente os personagens do núcleo político do
mensalão petista jogaram suas biografias autorizadas ou não, no “lixo”
O que ficará disso tudo, ao
final de tão demorado processo e julgamento, será que ainda cabe recurso? Será que
ainda viveremos as delongas dos “embargos infringentes”? Não sei, não sou
especialista em direito. Mas o que acredito é que a cena simbólica dos políticos,
ex-ministros e pessoas de poder econômico-financeiro indo para a prisão pode e
deve ser um marco da moralidade no Brasil.
Assim o grande efeito positivo
desse fato especifico (prisão dos mensaleiros) pode desencadear no país é uma
melhora no ambiente institucional. Afinal, as pessoas não confiam nas
instituições, existe um grave problema nesse aspecto que pode ser o fator
causador da nossa corrupção e da violência endêmica que vive nossa sociedade,
afinal a policia e o judiciário servem para que e para quem mesmo? Não para
mim? Se pergunta o brasileiro quase todos os dias!
Enfim, não vou falar mais nada
porque ainda estamos no feriadão e tenho que aproveitar muito, pois esse
negócio de pensar e refletir cansa pra c$#¨ralh%¨#!
"A minha lógica não é a mesma do senhor. Eu não barateio crime de corrupção."
Um dia histórico para o mundo. Dia 15 de setembro de 2008 foi inesquecível, ao longo daquele ano desde maio quando a bolsa brasileira chegava aos seus impressionantes 73.516 pontos e recebia o "grau de investimento" das principais agencias internacionais de classificação de risco o mesmo índice chegou aos também impressionantes 29.430 pontos em outubro do mesmo ano, em função dos acontecimentos de setembro. Mas o que de tão importante aconteceu em setembro daquele ano para o principal índice da bolsa variar -60%?
A quebra do Lehman Brothers o quarto maior banco do investimentos dos EUA, uma instituição fundada em 1850 e com um grande legado para o capitalismo norte americano e mundial. Mas o que deu errado? Não entrarei em detalhes do processo das hipotecas de risco conhecidas como "subprime". Os empréstimos de risco eram grande parte da carteira do banco, que apresentava uma elevada alavancagem em proporção de 33:1 (33 de recursos de terceiros para 1 de recursos próprios), no Brasil esses números estabelecidos pelo Basileia II e pelo Bacen giram em torno de 13:1.
Somando-se a elevada exposição do Lehman com a total instabilidade vivida nos mercados naquele ano em função dos calotes do setor imobiliário norte americano que tinha como principais colaterias os derivativos de hipotecas de alto risco, gerou um efeito devastador! Muitas instituições passaram por grandes dificuldades ao longo do ano, mas no caso especifico do banco de investimentos centenário a grande questão era eles são "to big to fail", traduzindo "grandes de mais para quebrar", essa foi a leitura dos formadores de politica econômica dos EUA naquele momento e o seu então secretário do tesouro Hank Paulson que ideologicamente não interferiu no processo de ajuda ao banco e o mesmo foi a falência.
Entretanto, falência por falência muitos quebraram e continuaram a quebrar, mas o problema foi o tamanha do problema e que consequentemente levaria o estado norte americano a ter mais problemas e viver uma situação de "refém" junto as instituições financeiras e outras, mas o que agravou a situação foi o efeito desencadeados nos mercado, o problema daquele dia em diante foi um quase "colapso" do sistema financeiro e um travamento das operações bancarias no resto do mundo. O restante da história é o que está ai... problemas fiscais, recessão econômica e outros...
O mundo economicamente não melhorou muito desde aquele 15 de setembro, os emergentes que foram mais resistentes agora apresentam sinais de desaceleração e os países desenvolvidos caminham com grandes dificuldades, mas apresentam melhoras marginais e pontuais. Entretanto toda a tragedia sempre deixa um legado, no caso do Lehman a certeza que tudo ou nenhum grupo por mais forte que seja está livre de um desaparecimento abrupto "Eike que diga X"!
Não podemos negar que o ex-presidente Lula deixou um legado para o Brasil, amparado pela estabilidade econômica e pelo fortalecimento das instituições a gestão Lula se beneficiou e muito do magnifico momento macroeconômico mundial, com o crescimento do mundo desenvolvido e dos emergente e ainda a total inversão da teoria dos termos de torca. As commodities ganharam preço e os manufaturados ficaram mais baratos (efeito China).
Segue abaixo o documentário "8 anos em 80 minutos"
Entretanto o governo Lula não foi capaz de atacar os grande problemas do Brasil e nem promover reformas importantes e transformadores, pois essas medidas eram impopulares e de grande conflito no congresso. Não podemos esquecer também dos grandes casos de corrupção que fizeram parte do seu governo e tem reflexos até nos dias atuais.
Esse final de semana não escrevi nenhum artigo para o blog, em função de algumas demandas do trabalho e do mestrado e não irei escrever durante a semana. Assim, minhas sugestão é que assistam a esse belo documentário sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um pouco sobre sua vida e obra.
Na próxima semana, postarei um documentário sobre o ex-presidente LULA, que também foi um presidente muito importante, afinal deu continuidade aos ajustes de política econômica criados no governo FHC.
Quando
geralmente sou perguntado por clientes, jornalistas, alunos ou colegas se a
elevação da taxa de juros (SELIC) é uma medida correta para conter a atual
escalada inflacionário no Brasil eu geralmente respondo: - Sim, mas é um
remédio amargo e com efeitos colaterais nocivos.
Tentarei
me fazer entender. Elevar juros é a recomendação básica em qualquer livro-texto
de macroeconomia para se conter o consumo e o crescimento econômico que gera
pressão inflacionária, ao elevar a taxa de juros se tem o famoso efeito ex-post de contração de demanda (política monetária contracionista) e
assim a inflação “tende” a convergir para dentro da meta.
Agora vamos tentar responder o
problema pela causa e não pela conseqüência: Seria possível reduzir a inflação
sem usar a recomendação do livro-texto? A resposta é: Sim, mas em partes.
Não podemos negar a importância da política monetária para o controle da
inflação, entretanto na realidade brasileira grande parte da nossa inflação é
gerada pela ineficiência da gestão dos gastos públicos, ou seja, a política fiscal do
ministério da fazenda produz inflação.
Não vou aqui usar o espaço
para colocar artigos acadêmicos ou modelos econometricos e matemáticos que
justifiquem o peso do gasto público na inflação, apenas vou fazer a citação de
um trabalho que acho fundamental para todo o estudante da área ou curioso no assunto que
é o artigo “An Exploration of Optimal Stabilization
Policy” do professor de Harvard Gregory Mankiw, mas tentarei usar um exemplo simples de como o gasto fiscal é
relevante na inflação.
Para simplificar o entendimento: Imagine uma economia que arrecada
R$ 1.000 por ano e tem um custo anual de R$ 1.500, assim para fechar as suas
contas a mesma passa a emitir títulos (se endividar) no valor de R$ 500 a um custo de 10%a.a.
Logo, todo o ano é gerado um déficit por conta dos juros dos títulos que se
acumulam nos anos anteriores de suas emissões, ao mesmo tempo o volume de
gastos passa a evoluir em magnitude maior que o montante arrecadado, assim os
seus gestores devem emitir mais títulos e gerar conseqüentemente mais déficits. Admitindo uma gestão monetária eficiente, ou seja, que não gere desequilíbrios
o lado fiscal seria responsável pela distorção e desequilíbrio dessa
economia.
Isso é o Brasil de hoje!
O desequilíbrio causado pelo lado
fiscal da economia brasileira impede que o Bacen possa entregar suas metas de
forma mais eficiente e dificulta que parte do componente da inflação nacional se
enquadre. Para complementar a situação, o desconforto com o câmbio produz
efeitos punitivos contra o nível de preços, não por um problema apenas de desvalorização, mas
de competitividade e produtividade conforme comentamos no artigo da semana
passada.
Assim o recomendado é que o Banco
Central continue promovendo o seu aperto monetário de forma vigilante, mas que o
Ministério da Fazenda passe a atuar de forma mais solidária e prudente com os seus gastos ou a gestão de política
econômica no Brasil será como “enxugar gelo”, mas que nó fim sempre irá
derreter...
O título
acima é de uma famosa música que fala sobre estrada, caminho, chegada e percurso. Quando
pensava no que escrever para o artigo dessa semana, pensei nele: O dólar! Mas
porque a taxa de câmbio no Brasil anda tão volátil e porque a moeda está se
desvalorizando com tamanha velocidade? Na
minha humilde avaliação, existem três pontos básicos.
a) O grau de confiança na economia brasileira vem
diminuindo, a saída de capitais e a desaceleração e até alguns cancelamentos de
investimentos no país, vem mudando a percepção do investidor estrangeiro,
assim, para sair de seus investimentos em carteira no Brasil o mesmo vende seus
ativos locais em troca reais por dólares para repatriar ou realocar seus
recursos, o que pela lei da oferta e da procura valoriza a taxa de câmbio.
b) A gestão econômica brasileira é “Desenvolvimentista”
essa corrente ligada aos professores de economia da Unicamp, pensam que a indústria
brasileira deve ser protegida da concorrência Chinesa e para isso devemos criar
impostos contra os mesmos, dar crédito a "taxas de governo" a indústria nacional e
desvalorizar a moeda (Real) para que os nossos produtos se tornem competitivos,
mesmo não sendo os mais eficientes.
c) FED: O banco central norte americano é quem dará o real tom da taxa de câmbio no Brasil, se os estímulos forem gradativamente retirados e ocorrer uma elevação da sua taxa de juros o jogo muda e nem o BC brasileiro será capaz de conter o nervosismo nos mercado pelo menos no curto prazo. Assim esse é o principal “driver” para a câmbio e outras variáveis de investimentos no ano, assim resta apenas esperar porque a “Estrada é longa e sinuosa” como diz a canção dos Beatles.
Agora,
que falei das prováveis causas, vamos para algumas as conseqüências:
1)Inflação: A
taxa de câmbio mais elevada, em uma país com elevada dependência externa em sua
matriz produtiva leva ao aumento da inflação, como a nossa “industria nacional”
é bastante ineficiente em comparação com os padrões internacionais, a sociedade
local paga o custo dos produtos “subsidiados” pelo câmbio e pela falta de competitividade
da industria nacional.
2)Ineficiência:
Com a manada de subsídios concedidos pelo governo, via desonerações fiscais ou
mesmo via ajuda do “papai BNDES” o produto genuinamente brasileiro é mais caro
que o produto importando, não porque é pior (geralmente sim), mas sim porque
não atende aos padrões internacionais e é ineficiente do ponto de vista
produtivo, o que gera a clássica perda de bem-estar da sociedade pela ineficiência
de produção e comercio internacional, pois o Brasil que hoje tem o presidente
da OMC tem uma das menores taxas de comercio do mundo.
3)Petrobrás e Balança
Comercial: Mas nem tudo é ruim com a desvalorização do real, as exportações dos
produtos ineficientes são marginalmente beneficiadas, já os eficientes
funcionam bem em “quase qualquer” regime de câmbio, como por exemplo, o agronegócio.
Mas a balança comercial tem sido punida com o “déficit” gerado pela Petro por importar petróleo refinado em diferença a exportação do petróleo bruto
de baixo valor agregado, ou seja, vendemos por 100 e recompramos por 200, logo
a conta não vai fechar e o resultado do saldo comercial nacional é o pior da
história, um déficit de US$ 4,98 bilhões no ano de 2013.
4)Reservas: Provável
queda das reservas comerciais, geradas pela queda do saldo comercial e gastos
do BACEN na tentativa de “lutar” contra o mercado para conter a taxa de câmbio, e apenas lembrando o problema
não é a taxa de câmbio, mas a falta eficiência produtiva brasileira.
5)Mercado
Futuro e Dividas: A elevada volatilidade causada nas últimas semanas por sinais
confusos da dupla Fazenda e BACEN, acertando apenas na sexta-feira (23/08), vai criará problemas
nos balanços das empresas nacionais que tem elevada exposição em divida
estrangeira contratadas a taxas muito baixas nos seus mercados de origem, mas
isso vai mudar em breve...
Não
vou me delongar sobre esses fatos e fazer previsões sobre a taxa de câmbio (já
tinha falado em fevereiro desse ano que ela iria a R$ 2,50), mas o que mais
gostaria de dizer é que estamos do lado do Brasil, independente de A ou B, o
mais importante é manter as conquistas atuais do país com equilíbrio fiscal e estabilidade
monetária, afinal esses são valores econômicos inalienáveis.
Confesso que nunca fui um
simpatizante de empresas de marketing multinível (MMN), pois sempre achei o
modelo de negócio “incompleto” reservada a minha humilde capacidade mental,
nunca se fechou pra mim o sistema total da engrenagem para que o mesmo se
consolidasse como sustentável, mas enfim...
O MMN é considerado um “sucesso”
nos EUA, entretanto não posso falar no modelo norte americano, pois não conheço
suas regras e regulação, apenas que é similar ao modelo brasileiro.
Assim, nós últimos anos no Brasil
muitas empresas dizendo adotar o modelo de negócio (MMN) nasceram e morreram
com muita velocidade dentro do sistema econômico, muitas causando perdas irreparáveis
aos seus investidores, não apenas financeiras como em muitos casos psicológicas.
Lembro muito bem no início do ano
de 2012 quando ministrava uma aula na pós-graduação e uma aluna me perguntava
sobre o que achava da “Mister Colibri”? Não tinha conhecimento sobre a empresa,
mas a mesma já contava com muitas adesões e tinha como objetivo fazer o seu
investidor “assistir” vídeos publicitários e assim gerar ganhos para o mesmo.
Lembro que a primeira pergunta que fiz foi, mas como o anunciante gera valor
com isso? Pois estou assistindo algo por imposição, como isso se transformará
em consumo ex-post? Lembro também que
perguntei quais as grandes empresas estavam anunciando... E outras questões sem
resposta da mesma.
Posteriormente fui realizar
algumas pesquisas para saber a origem e a procedência dessa empresa. Verifiquei
que os seus donos estavam envolvidos com problemas jurídicos na Índia, Tailândia
e EUA, bem como não existia registro algum na bolsa de Londres ou órgãos de
comercio conforme os mesmos justificavam no site. Achei aquilo tudo muito
estranho e com pouca veracidade, além disso, a imagem do site era PÉSSIMA para
uma empresa que dizia vender publicidade.
Hoje estamos em agosto de 2013,
pouco mais de um ano do ocorrido e surgiram a: TELEXFREE, BBOM, PRIPLES e
outras, prometendo ganhos rápidos e trabalho fácil... E como bem me lembro da “Colibri”,
a mesma passou em sua fase falimentar a “transferir” o seu dinheiro em moeda própria
(paralela), como a demanda pela mesma e venda/troca de pontos era muito grande
a cotação de sua moeda perdeu muito valor e créditos de R$ 1,00 passaram a
valer centavos em poucos dias... Triste fim.
Assim, a grande mensagem que
gostaria de deixar é que ao realizar seus investimentos, procure saber sobre o órgão
regulador daquele mercado, sobre os registros e modelo de negócio da empresa
tem sustentação, sobre os balanços da empresa, questione os outros
investidores, procure o máximo de informações, pois não basta exibir alguns
apresentadores/atores de televisão ou carros e mulheres bonitas e achar que
isso é confiável.
O dia 16 de setembro de 1992 entrou para
história das finanças internacionais como a "quarta-feira negra",
nesse dia o governo conservador britânico foi forçado a retirar a libra
esterlina do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio (MTC) depois que eles foram
incapazes de mantê-lo acima de seu limite inferior acordado, uma espécie de
tentativa de estabilidade cambial entre os países (bandas cambiais), tendo como
referencia o Marco alemão.
Desde o início da década de 1990, altas taxas
de juros estabelecidos pelo Bundesbank (Alemanha) para neutralizar os efeitos
inflacionários relacionados ao excesso de despesas sobre a reunificação alemã,
causou um estresse significativo em todo o território do MTC. O Reino Unido e a
Itália tiveram dificuldades adicionais com seus déficits duplos, enquanto o
Reino Unido também foi ferido pela rápida desvalorização do dólar - a moeda em
que muitas exportações britânicas foram precificados - naquele verão.
Se aproveitando de tal instabilidade e inoperância
na coordenação do MTC pelos europeus uma figura ganhou status de mito no
mercado financeiro mundial se aproveitando do momento conturbado, o seu nome é: George
Soros! O especulador fez em apenas um dia uma operação que lhe rendeu mais de US$ 1
bilhão de dólares (convertendo os ganhos em libra), simplesmente apostando
contra a moeda inglesa e "quebrando o Banco Central da Inglaterra".
Mas quem é Soros? E como foi realizada essa operação?
Soros é húngaro nasceu em
Budapeste no dia 12 de agosto de 1930. Fugindo dos campos de concentração nazista
aos 14 anos para se refugiar na Inglaterra, aos 17 foi estudar economia e
filosofia na prestigiada London School of Economics. Foi aluno do grande
filósofo Karl Popper, uma experiência que mudaria profundamente sua vida e o
auxiliaria no desenvolvimento da Teoria da Reflexividade, que deu base ao seu
sucesso nos mercados.
Em 1956, Soros se mudou para Nova York, onde
ele trabalhou comotraderde arbitragem para FM Mayer
(1956-1959) e como analista de Wertheim & Co. (1959-1963). Durante este
período, Soros desenvolveu a teoria da reflexão baseada nas idéias de Karl
Popper. Reflexividade postulou que a valorização de qualquer mercado produz um
pró-cíclico círculo "virtuoso ou vicioso" que afeta ainda mais o
mercado.
Em 1967, a First Eagle Funds criou uma
oportunidade para Soros operar um fundo de investimento estrangeiro, bem como o
fundo dehedgeDouble Eagle, em 1969. Em 1973,
devido a restrições regulatórias que limitam a sua capacidade de operar os
fundos, Soros renunciou ao seu primeiro cargo de gestor. Ele, então, criou o
Fundo Quantum em parceria com Jim Rogers, com a esperança de ganhar $ 500,000
depois de cinco anos para apoiar suas ambições como um escritor e
filósofo. Assim Soros fundou Soros Fund Management e tornou-se presidente.
Ao longo dos anos o fundo Quantum gerou um
retorno médio anual de 20% para seus investidores e fechou suas atividades para
o público externo em 2011, devolvendo o dinheiro dos investidores e ficando
apenas com a administração dos recursos da família Soros.
E
como ganhou US$ 1 bilhão?
O primeiro
ministro Jonh Major elevou as taxas de juros para 10% e autorizou o gasto de
bilhões em reservas de moeda estrangeira para comprar a Libra que vinha sendo
freneticamente "vendida" nos mercados de divisas (por Soros), mas as medidas não
conseguiu impedir a cotação da Libra de cair abaixo do seu nível mínimo no MTC (com referência
no Marco alemão).
Soros debatendo no Fórum
Econômico Mundial
O
Tesouro tomou a decisão de defender a posição da Libra, acreditando que a sua desvalorização iria promover a inflação. Em 16 de setembro, o governo britânico anunciou um
aumento na taxa básica de juros a partir de uma já elevada de 10% para 12%, a fim de seduzir os especuladores a comprarem Libras. Apesar disso e de
uma promessa mais tarde no mesmo dia para aumentar as taxas (Libor) novamente
para 15%, os mercados continuaram vendidos, convencidos de que o governo não
iria cumprir com a sua promessa.
Às
7:00 da noite, Norman Lamont, então Chanceler do Governo, anunciou a Grã-Bretanha
iria deixar a MTC e as taxas permaneceria no novo nível de 12% (no entanto, no
próximo dia taxa de juros estava de volta em 10%). Mais tarde foi revelado que
a decisão de retirar tinha sido acordado em uma reunião de emergência durante o
dia entre Norman e o primeiro-ministro Major e que o aumento da taxa de
juros para 15% só tinha sido uma medida "temporária" para evitar uma derrocada da Libra
naquela tarde.
Assim
o fundo de Soros vendeu pouco mais de £ 10 bilhões de libras (alavancado) lucrando
com a relutância do governo do Reino Unido, em elevar suas taxas de juro para
níveis comparáveis aos de outros países do mecanismo cambial europeu ou flutuar
sua moeda. Assim o mesmo apostou na queda da cotação da moeda, que ocorreu.
Finalmente,
o Banco Central do Reino Unido retirou do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio, forçando a
desvalorização da Libra, assim Soros ganhou cerca de US$ 1,1 bilhão. Anos depois, em 1997, o
Tesouro britânico estimou que o custo da quarta-feira negra em £ 3,4 bilhões.
Dias
depois o Soros afirmou que sua posição vendedora seria de US$ 15 bilhão, 50% a
mais do que realmente foi operado, o que teria gerado um lucro ainda maior na
operação e um maior custo para o Reino Unido.
Soros
ainda repetiria o feito na crise financeira asiática em 1997 e falou sobre a estratégia
do fundo:
“Até
o início de 1997, ficou claro para Soros
Fund Management, que a discrepância entre a balança comercial e da conta de
capital estava se tornando insustentável. Vendemos o baht tailandês (moeda do
país), com vencimentos que variam de seis meses a um ano. (Isto é, nós firmamos
contratos para entregar em datas futuras. Posteriormente primeiro-ministro da
Malásia Mahathir me acusa de causar a crise, uma acusação totalmente infundada.
Nós não éramos os vendedores da moeda durante ou vários meses antes da crise,
pelo contrário, fomos compradores, quando as moedas começaram a cair -
estávamos comprando para realizar os lucros da nossa especulação anterior.
(Muito cedo, como se viu. Deixamos a maior parte do ganho potencial em cima da
mesa, porque estávamos com medo de que Mahathir iria impor controles de
capital. Ele fez isso, mas muito mais tarde.”
____
Mas
Soros não apenas ganhou dinheiro, teve perdas grandes com operações
especulativas com Iene’s no Japão e ainda uma participação acionária no falido Lehman
Brothers. Mas o mesmo foi capaz de se antecipar a crises e fazer fortuna ao
longo dos anos, ganhando mais do que perdendo em suas operações.
Hoje,
prefere falar mais de política e idéias do que sobre dinheiro. Com 12 livros
publicados, se diz um filósofo fracassado e tem grande atividades de
filantropia onde promove a democracia e a sociedade aberta.O mesmo acredita que
essa seja sua grande contribuição para o mundo, e não sua atuação nas finanças.
Em 2012 a Revista Forbes classificou
Soros como a 22° pessoa mais rica do mundo, com 20 bilhões de dólares.
____
Entrevista do especulador ao Roda Vida - TV Cultura
Alguns conselhos famosos do George Soros:
§Não há nada de errado em correr riscos, desde que
não se arrisques tudo.
§Primeiro sobreviva, deixe para ganhar dinheiro
depois.
§A sobrevivência no mercado financeiro as vezes
implica em bater rapidamente em retirada.
§Meu sucesso financeiro forma um contraste absurdo
com minha capacidade de prever os acontecimentos.
§Para se obter sucesso, precisamos de momentos de
ócio. Você precisa de muito tempo sobrando nas mãos.
§Onde realmente acho que me supero é em reconhecer
meus erros. Esse é o segredo do meu sucesso.
Essa semana o maior investidor do
mundo, senhor Warren Buffett anunciou o lucro anual de US$ 4,5 bilhões para os
seus acionistas, um aumento de 46% em relação ao ano anterior, sua empresa de
investimentos a Berkshire
Hathaway tem aplicações em vários segmentos de mercado,
esse ano 77,63% da receita da empresa veio do setor de seguros e resseguros
(mercado bastante maduro nos EUA) e para os que acham que a empresa de Buffett não opera derivativos, US$ 622 milhões do seu lucro operacional vieram de
operações dessa modalidade.
Mas o objetivo do post de hoje é falar
em longo-prazo e nada como Warren Buffett para começar a conversar. O investidor
conhecido como “Oráculo de Omaha” é reverenciado no mercado por sua famosa estratégia
“buy and hold” em tradução livre, “compre e guarde”, ou seja, comprar o papel
(a empresa) e esperar para que os mercados passem a responder pelos seus
fundamentos e não pelo jogo da especulação que pode distorcer o preço dos ativos.
E a grande pergunta que fazemos é; Como
escolher os ativos de forma fundamentalista? Quais os seus principais
indicadores? E isso realmente funciona em termos práticos? Para responder essas
perguntas, vamos iniciar com alguns exemplos, do final.
Atualmente existem dois grandes
investidores de destaque no Brasil que adotam a filosofia do Buffett, são eles:
a) Lírio Parisotto, ex-agricultor,
ex-funcionário do Banco do Brasil e ex-pobre como ele mesmo gosta de dizer que
ficou muito rico, na verdade bilionário comprando ações de empresas com bons
fundamentos e hoje usufrui de uma bela carteira de dividendos. Na lista da Forbes
de 2013 o investidor de 59 anos aparece como o 26º no ranking nacional com um patrimônio
de US$ 2,4 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 5,5 bilhões de reais.
b) Luiz Barsi, filho de imigrantes espanhóis,
o investidor de 74 anos possui um patrimônio mais modesto que o do Parisotto,
mas é o maior aplicador pessoa física do banco do Brasil e possui atualmente
uma fortuna estimada R$ 1,5 bilhão de reais, se utilizando da mesma estratégia,
comprar papeis com fundamento e por bons preços.
Assim, o objetivo desse post é mostrar
como, ou pelo menos, algumas ferramentas de como fazer isso. Essa tem sido uma
busca pessoal minha e encontrei alguns indicadores que já são comungados por
Parisotto e Barsi entre outros investidores, mas antes de falar nesses
indicadores, o principal deles é a DISCIPLINA! Sem ela você não irá para lugar
nenhum.
Então vamos para algumas recomendações que
tenho usado na minha carteira e para alguns clientes:
1-Boas Margens Bruta/Liquida; medido
pela relação entre o lucro liquido e o faturamento. Assim buscamos empresas que
apresentem uma margem liquida acima de 30% em seus negócios.
2-Baixo P/VPA. Empresas que operem com a relação
Preço/ Valor Patrimonial abaixo de 3,5 e maior que 0,5. O objetivo desse
indicador é comprar a empresa o mais próximo possível do seu valor justo,
avaliando o seu histórico de cotação em bolsa, quanto mais barato melhor.
3-Baixo endividamento; estamos
avaliando também a divida bruta em relação ao PL (patrimônio liquido), pois
empresa s que tem pouca divida em momentos de dificuldades macroeconômicas
(previsão para os próximos meses), além de ter caixa ,podem além de se
endividar com mais facilidade para comprar concorrentes em dificuldade ou ainda
ampliar mercados com melhores/menores custos.
4-Os Dividendos; algumas
das ações sugeridas não tem um elevado dividend
yield (relação entre o preço da ação e o que a mesma paga de dividendo;
exemplo DY = 1,4%, se a ação custa R$ 24,39 a empresa paga R$ 0,34% por ação.
Esse seria o ponto menos forte de nossa analise.
5- O Lucro.
Compramos apenas empresas que dão lucro. Nada de empresas em fase
pré-operacional (exemplo Grupo EBX), pois como diz um grande investidor
“empresa que dá lucro não quebra”.
Claro que esses são apenas alguns pontos
da analise fundamentalista e que pode ser muito bem combinada com uma analise
grafista de períodos mais longos para poderem realizar uma bela combinação em
beneficio do investidor e assim obter as vantagens do longo prazo. Entretanto
para os que não gostam dessa abordagem, podemos evocar o grande Keynes “no longo prazo
estaremos todos mortos”, mas o economista inglês foi um grande investidor e
especulador!
Sem
dúvida o maior acontecimento da semana no Brasil é a visita do Papa, seja você católico
ou não o líder da igreja católica carrega muito simbolismo e poder, ainda
que em declínio, pois seu raio de ação junto às nações do mundo vem diminuindo
ano após ano, mas não se pode negar a relevância do Papa e acredito que a
sinalização da sua atual forma de poder começa a ganhar uma nova face nos
dias atuais.
A
gestão do Papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio) tem tudo para se tornar uma das mais bem
sucedidas da história moderna da igreja romana. Francisco é “Pop” e simples,
tem um perfil diferente do seu antecessor e se encaixa perfeitamente no atual
momento político e econômico vivido pela Europa e pela igreja. Não podemos
negar a riqueza material da igreja católica, para se ter uma ideia o banco do
Vaticano, que recentemente foi acusado de denuncias e escândalos. O banco possui atualmente cerca de € 6 bilhões de euros em ativos totais o que
daria pouco mais de R$ 18 bilhões de reais. Além de outras operações imobiliárias
no continente europeu e impostos arrecadados ao redor do mundo, no Brasil temos
o exemplo do laudêmio e outros.
Assim,
além da força econômica da igreja, temos a força política. Nações inteiras de
designação católica reúnem ao redor do mundo segundo dados do instituto Pew (2010) mais de 1 bilhão de pessoas, só no Brasil pesquisas apontam que mais de 126 milhões de pessoas se declaram da
religião católica, o que representa 64,6% da população total. Logo é simples de
imaginar a força e a representatividade dessa instituição “presidida” por
Francisco e sua importância no cenário político nacional.
E quais
são os pontos críticos a serem enfrentados pelo novo CEO (chief executive officer) da igreja de Roma,
podemos numerar os seguintes e ainda dizer que o mesmo terá um grande desafio no Brasil onde ocorreu uma queda da adesão religião católica (queda de mais de -27% no número de fiéis desde
1970), vejamos os pontos:
1-Escândalos
sexuais da igreja
2-Escândalos
financeiros do banco do Vaticano
3-Métodos
contraceptivos (camisinha, pílula e outros)
4-Casamento homossexual
5-Debate sobre
o estado laico
6-Perda de
fieis
7-Miséria e
fome no mundo (crise financeira)
8-Outros temas complexos ...
Essas
são apenas algumas das questões mais centrais que sem dúvida estão na pauta do “santo
padre”. Entretanto o ritmo e a disposição da igreja no debate desses temas
ainda é bastante lento/gradual e a cada dia fica mais evidente que esse
debate terá que vir a tona para a sociedade, mas será que o Francisco teria
força para colocar isso na mesa e tomar uma decisão ou simplesmente mudar as
antigas posturas da igreja,?Acho que em partes!
O
fato do novo Papa adotar uma postura mais próxima dos fiéis e se mostrar mais
preocupado com os problemas sociais, fazendo disso a sua bandeira o deixa mais
forte no debate político. Além da sua estreita relação com os países emergentes e grupos excluídos, o que pode começar a abrir um novo ciclo na visão da igreja ou
quem sabe uma nova forma de aceitar, mas sem homologar as suas reais posturas
em um futuro próximo... Mas isso não saberemos se de fato ocorrerá!
Contudo
não posso negar que a atual “estratégia” do Papa e da igreja em seu novo
discurso é muito simpática e tem atraído o respeito e aceitação de muitos “ex-católicos”,
espíritas, agnósticos, protestantes e outros que identificam no novo pontífice uma
maior humanidade/simplicidade que agrada e melhora a imagem da igreja católica,
mesmo com todos os seus problemas. Assim é possível enxergar uma luz no fundo de tanta
hipocrisia.
Salve
Francisco!
“Todo mundo tá revendo o que nunca foi visto Todo mundo tá
comprando os mais vendidos É qualquer nota,
qualquer notícia Páginas em branco,
fotos coloridas Qualquer nova,
qualquer notícia Qualquer coisa que
se mova é um alvo E ninguém tá salvo...”
“Nada do que foi será/ De novo do
jeito que já foi um dia/ Tudo passa/ Tudo sempre passará”, sempre que penso em
mudanças e faço reflexões sobre as mesmas vem na minha cabeça essa canção, mas
como entender o processo da mudança nas nossas vidas e na economia...
Essa semana fiz aniversário e
como sempre digo: “fazer aniversário é celebrar a chegada (ano após ano) da inevitável
morte”, muitos dos meus amigos não gostam dessa minha expressão, mas ela é uma
verdade incontestável. Enfim, o passar do tempo tem um efeito impressionante
sobre a nossa percepção da vida, mudanças do dia-a-dia e mudanças de décadas passam
a ter uma outra leitura.
E como pensar no futuro com as
mudanças do hoje? Não é fácil fazer um exercício de futurologia, nem na vida
nem na economia. Como você pensa ou onde gostaria de estar daqui a 5 anos? E
quando se fez essa mesma pergunta em 2008 o que ocorreu até hoje, 5 anos
depois? Acredito e espero que muita coisa tenha mudada, se não mudou sua vida
foi um tédio.
Mas como essa percepção de futuro
muda e contamina a Economia? Sendo mais especifico ainda a Macroeconomia?
Simples, expectativa é tudo para o agente econômico (já falei sobre isso), mas
o processo de mudança em uma analise mais ampla que a estática é muito mais significativo
para se conhecer o que e como andar durante o processo!
Mudar significar variar, mexer,
se movimentar, seja para o positivo ou para o negativo, mas sempre ocorrerá
alguma mudança, e como temos acompanhado na economia mundial e mais
especificamente na economia brasileira, as mudanças estão cada vez mais rápidas
e abruptas, o que gera maior volatilidade (desvio-padrão) e conseqüentemente
mais incerteza...
Logo, se tudo é incerto e gera
duvida e medo, o melhor a fazer é tentar entender a mudança e “surfar” na sua
onde, seja você empreendedor, político, estudante ou cidadão do mundo, ao menos
que você queria permanecer “estático” o que lhe implicará em uma grande taxa de
depreciação frente às novas possibilidades... Sejam econômicas ou não.
Assim parafraseando o grande
poeta português “mudar é preciso, viver não é preciso”, até para morrer (que
demore) tem que se mudar, afinal poder viver e respirar o ar do novo é um perfume
que todos nós gostaríamos de sentir para sempre... Forever young!
A foto acima fala muito do que é
o Brasil de hoje, em uma analise conjuntural e rápida podemos afirmar que o
país vai mal. Mas isso me parece um pouco exagerado, afirmações da oposição ou
simplesmente de grupos que querem desestabilizar a nação. Não, não é verdade,
reafirmo o Brasil está mal, não na UTI, mas caminha pra tempos difíceis, vamos
entender...
Não quero me apegar aos aspectos
econômicos apenas, mas a situação política e social. É claro que o governo
brasileiro anda perdido, não existe uma agenda de gestão além dos programas
sociais (muito bem executados diga-se), mas um governo se faz mais do que isso.
As situações em áreas cruciais como saúde e educação não apresentam melhora
significativa, claro! Mas essas melhores dependem de ações de longo-prazo, mas
quais as ações estão sendo tomadas?
Podemos afirmar que o SUS é bom,
mas é mal gerido?! Sim podemos, mas não podemos afirmar o mesmo para educação,
falando do ensino básico e das deficientes faculdades públicas (sem pesquisa e
sem extensão), a gestão do crucial no Brasil é feita com “jeitinho” e isso
acaba com qualquer projeto de longo-prazo.
Outras áreas como
infra-estrutura, burocracia e competitividade estão entre os grandes gargalos
de um país que apenas sonha em ser grande, mas a cada década se perde em suas
ações e o sonho fica sempre mais distante... A “desestatização” o nome dado
para privatização no governo atual é lenta e pouco transparente, o excesso de
intervenção e a falta de marco regulatórios deixam os investidores a cada dia
com mais medo do que pode acontecer (eu também tenho medo)...
Completando o nosso passeio por
alguns problemas do Brasil chegamos na Economia: a) crescimento pífio, b) balança
comercial começando a fazer água, logo o saldo de transações correntes também
entra pelo cano, c) taxa de investimento como sempre venho falando nesse espaço
(é uma piada, menor que 20% do PIB), d) as contas públicas são dignas de “Mister
M” é muita mágica pra um governo só e ainda temos a inflação além do teto da
meta e por ai vai...
Enfim, são tantos, mas tantos os
problemas, mas que ainda não afetaram diretamente a nossa sociedade ou pelo
menos a percepção da maioria e isso é simples: A TAXA DE DESEMPREGO É BAIXA (5,8% - 04/2013)!
Mas isso não dura pra sempre se o PIB não crescer, lembrando da “Okun’s Law” o desemprego tende a subir. Logo na minha
opinião, isso será um "divisor de águas" na economia nacional e com efeitos sistêmicos em
todos os setores.
Assim, depois desse passeio rápido
sobre o país, podemos voltar para a nossa foto acima; ela retrata muito bem o
momento do BRASIL {Dilma + Eike} = De um lado um empresário que vendeu sonhos e
entregou pesadelos e do outro uma dita “gerente-executiva” do setor público com
atitudes de guerrilheira de quinta do exercito vermelho. Realmente essa é a cara do Brasil de
hoje... E como diz o genial Bob Dylan:
“As
pessoas estão loucas e os tempos estão estranhos... mas agora as coisas
mudaram.”
"Já se disse tudo, ou quase tudo, sobre
os atos públicos em curso. Para quem acompanha as transformações das sociedades
contemporâneas não surpreende a forma repentina e espontânea das manifestações.
Em artigo publicado nesta coluna, há
dois meses, resumi estudos de Manuel Castells e de Moisés Naím sobre as
demonstrações na Islândia, na Tunísia, no Egito, na Espanha, na Itália e nos
Estados Unidos. As causas e os estopins que provocaram os protestos variaram:
em uns, a crise econômico-social deu ânimo à reação das massas; em outros, o
desemprego elevado e a opressão política foram os motivos subjacentes aos
protestos.
Tampouco as consequências foram
idênticas. Em algumas sociedades onde havia o propósito específico de derrubar
governos autoritários, o movimento conseguiu contagiar a sociedade inteira,
obtendo sucesso. Resolver uma crise econômico-social profunda, como nos países
europeus, torna-se mais difícil. Em certas circunstâncias, consegue-se até
mesmo alterar instituições políticas, como na Islândia. Em todos os casos
mencionados, os protestos afetaram a conjuntura política e, quando não
vitoriosos em seus propósitos imediatos, acentuaram a falta de legitimidade do
sistema de poder.
Os fatos que desencadeiam esses
protestos são variáveis e não necessariamente se prendem à tradicional
motivação da luta de classes. Mesmo em movimentos anteriores, como a
"revolução de maio" em Paris (1968), que se originou do protesto
estudantil "por um mundo melhor", tratava-se mais de uma reação de
jovens que alcançou setores médios da sociedade, sobretudo os ligados às áreas
da cultura, do entretenimento, da comunicação social e do ensino, embora
tivesse apoiado depois as reivindicações sindicais. Algo do mesmo tipo se deu
na luta pelas Diretas-Já. Embora antecedida pelas greves operárias, ela também
se desenvolveu a partir de setores médios e mesmo altos da sociedade,
aparecendo como um movimento "de todos". Não há, portanto, por que
estranhar ou desqualificar as mobilizações atuais por serem movidas por jovens,
sobretudo das classes médias e médias altas, nem, muito menos, de só por isso
considerá-las como vindas "da direita".
O mais plausível é que haja uma mistura
de motivos, desde os ligados à má qualidade de vida nas cidades (transportes
deficientes, insegurança, criminalidade), que afetam a maioria, até os
processos que atingem especialmente os mais pobres, como dificuldade de acesso
à educação e à saúde e, sobretudo, baixa qualidade de serviços públicos nos
bairros onde moram e dos transportes urbanos. Na linguagem atual das ruas, é
"padrão Fifa" para uns e padrão burocrático-governamental para a
maioria. Portanto, desigualdade social. E, no contexto, um grito parado no ar
contra a corrupção - as preferências dos manifestantes por Joaquim Barbosa
(ministro presidente do Supremo Tribunal Federal) não significam outra coisa. O
estopim foi o custo e a deficiência dos transportes públicos, com o complemento
sempre presente da reação policial acima do razoável. Mas se a fagulha provocou
fogo foi porque havia muita palha no paiol.
A novidade, em comparação com o que
ocorreu no passado brasileiro (nisso nosso movimento se assemelha aos europeus
e norte-africanos), é que a mobilização se deu pela internet, pelos twitters e
pelos celulares, sem intermediação de partidos ou organizações e,
consequentemente, sem líderes ostensivos, sem manifestos, panfletos, tribunas
ou tribunos. Correlatamente, os alvos dos protestos são difusos e não põem em
causa de imediato o poder constituído nem visam questões macroeconômicas, o que
não quer dizer que esses aspectos não permeiem a irritação popular.
Complicador de natureza imediatamente
política foi o modo como as autoridades federais reagiram. Um movimento que era
"local" - mexendo mais com os prefeitos e governadores - se tornou
nacional a partir do momento em que a presidenta chamou a si a questão e a
qualificou primordialmente, no dizer de Joaquim Barbosa, como uma questão de
falta de legitimidade. A tal ponto que o Planalto pensou em convocar uma
Constituinte e agora, diante da impossibilidade constitucional disso, pensa
resolver o impasse por meio de plebiscito. Impasse, portanto, que não veio das
ruas.
A partir daí o enredo virou outro: o da
relação entre Congresso Nacional, Poder Executivo e Judiciário e a disputa para
ver quem encaminha a solução do impasse institucional, ou seja, quem e como se
faz uma "reforma eleitoral e partidária". Assunto importante e
complexo, que, se apenas desviasse a atenção das ruas para os palácios do
Planalto Central e não desnudasse a fragilidade destes, talvez fosse bom golpe
de marketing. Mas, não. Os titubeios do Executivo e as manobras no Congresso
não resolvem a carestia, a baixa qualidade dos empregos criados, o encolhimento
das indústrias, os gargalos na infraestrutura, as barbeiragens na energia, e
assim por diante.
O foco nos aspectos políticos da crise
- sem que se negue a importância deles - antes agrava do que soluciona o
"mal-estar", criado pelos "malfeitos" na política econômica
e na gestão do governo. O afunilamento de tudo numa crise institucional (que,
embora em germe, não amadurecera na consciência das pessoas) pode aumentar a
crise, em lugar de superá-la.
A ver. Tudo dependerá da condução
política do processo em curso e da paciência das pessoas diante de suas
carências práticas, às quais o governo federal preferiu não dirigir
preferencialmente a atenção. E dependerá também da evolução da conjuntura
econômica. Esta revela a cada passo as insuficiências advindas do mau manejo da
gestão pública e da falta de uma estratégia econômica condizente com os
desafios de um mundo globalizado."
Realmente não podemos negar a força
das ruas e sua capacidade de gerar mudanças, afinal “nunca antes na história
desse país” tantas mudanças propostas pelo poder legislativo e poder executivo
tiveram uma tentativa de execução tão IMEDIÁTICA
(Neologismo meu, em uma palavra que combina: imediatismo com exposição na mídia),
assim o país passa um momento de mudanças que para o bem e para o mal vão
produzir um efeito prático e direto na vida da sociedade.
Entretanto, contudo, todavia, não
podemos pensar que todos os problemas do Brasil serão resolvidos de imediato,
não vão. Além das mudanças propostas e desejadas o comportamento da gestão
pública no país deve sofrer modificações, pois não será possível dentro do
mesmo sistema adequar mudanças legais e políticas profundas mantendo-se o mesmo
modus operandi da gestão pública
ineficiente e corrupta.
Quando falo em gestão pública
eficiente estou falando de um bom e velho receituário liberal e enxuto. Então o
leitor pode se perguntar, mas os objetivos dos movimentos não são o passe livre, a geração de bem estar social, ampliação dos direito públicos... e blábláblá...
Ok?! Mas quem vai pagar a conta de tudo isso? É correto tornar a sociedade dependente
de mais estado e ampliar os gastos públicos fazendo uma espécie de crowding out em setores chaves da
sociedade? Mas a nossa constituição permite isso, ela possibilita a ampliação
desses benefícios com o ônus do estado...
Agora a pergunta é? Você é contra saúde pública? Contra
escola pública? Contra o público em detrimento do privado? A resposta é simplesmente
econômica: Sou a favor da eficiência da gestão pública, um modelo de sociedade
que centraliza e carrega todos os custos sociais e ampliados de uma sociedade “gigante”
como a brasileira gerará em um futuro próximos graves distorções, o pedido não é
assumir tudo e pronto, problemas resolvidos, mas sim deixar o estado o que lhe
compete, com menos cargos comissionados, menos ministérios, menos regulação em
setores importantes, mais privatizações (ops! Desculpe, a palavra agora é
desestatização), menos burocracia e principalmente mais capitalismo e concorrência.
Seria muita ingenuidade achar que a mão pesada e forte
do estado irá produzir apenas efeitos positivos sobre a nossa economia e o
nosso dia-a-dia, isso não é verdade e os dados e a história provam isso, ou você
prefere morar na Suíça ou na Coréia do Norte, ou em Cuba?...
Para finalizar, percebo que o Brasil passa por momento
de “inflexão” econômica e política, as coisas irão mudar nos dois lados. Na
economia a desaceleração real do nosso produto, a inflação, a elevação da taxa
SELIC (tardiamente), a desordem do governo com relação a taxa de câmbio e a
elevada desconfiança do investidor nacional e internacional em relação ao país irão
produzir na minha opinião ajustes importantes nos indicadores da economia
nacional. -Por favor senhores passageiros apertem os cintos, passaremos por uma turbulência mediana (elevação do desemprego e elevação dos calores bancários em termos marginais). E
sobre as mudanças políticas?! Essas eu não vou fazer nenhum exercício de
futurologia, prefiro aguardar...
E para finalizar o texto dessa semana vou me remeter aos versos de um
poeta que admiro muito e coincidente mente nesse momento estou na sua terra mátria,
assim:
“Sei que nada será como antes, amanhã, Que notícias me
dão dos amigos? Que notícias me dão de você?Sei que nada
será como está, amanhã ou depois de
amanhã” – por Milton Nascimento.